Fel da Terra um desparasitante natural para as Galinhas.

Um dos conhecimentos adquiridos dos nossos antepassados era a utilização de ervas medicinais no tratamento e sobretudo prevenção de doenças nas galinhas e restantes aves de capoeira. Hoje fomos à serra colher, a planta medicinal, Fel da Terra para secar e armazenar para um ano de utilização nas nossas galinhas.

A nossa colheita de Fel-da-Terra

Benefícios do Fel da Terra:

  • Desparasitante, vermífugo em todo o trato digestivo;
  • Ajuda no tratamento da inflamação, fermentação do papo;
  • Melhora na má digestão, aumentando a produção das secreções do fígado no duodeno;
  • Auxilia no tratamento, prevenção de doenças do fígado;
  • Auxilia no tratamento, prevenção de infeção de Trichomonas gallinae;
  • Estimula o apetite;
  • Antisstress.

Os desparasitantes artificiais, disponíveis no mercado para as galinhas e outras aves de capoeira, quando aplicados, exigem um intervalo de segurança para consumo de ovos e carne e muitas vezes proíbem o consumo das aves e ovos quando aplicados esses fármacos. Com esta erva medicinal podemos consumir os ovos e carne sem qualquer contra indicação. A natureza oferece-nos gratuitamente este produto natural.

Modo de utilização:

Utilizar a planta, seca, inteira (Folhas, flores e caule)

Colocar 50 gramas de Fel da terra em um litro de água fervida, deixar 2 minutos apagar o lume e deixar repousar até atingir a temperatura ambiente. Guardar o infusão numa garrafa de vidro esterilizada. Utilizar 100 ml por litro de água.

Dica para melhores resultados e aplicação:

Nas aves a tratar retirar o bebedouro na noite anterior, lavar e desinfetar o bebedouro, no dia seguinte, colocar o preparado de fel da terra e dispor às aves após a primeira refeição.

Com este método pretende-se criar uma maior necessidade nas aves em ingerir o preparado levando-as a beber em maior quantidade e assim aumentar o efeito.

Trocar a preparação do fel-da-terra todos os dias durante 3 dias consecutivos, nos restantes dias fornecer água e repetir o tratamento durante 3 semanas. Fazer o tratamento antes da época reprodutiva (Março e Abril) e no inicio do inverno (Outubro e Novembro).

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Já leu o nosso artigo Galinhas a comer ovos?

As Vantagens de Criar Galinhas Domésticas

Ovo de Galinha Pedrês Portuguesa

As Vantagens na criação de Galinhas Pedrês Portuguesa na sustentabilidade das famílias bem como no eco-sistema

Estas são algumas das muitas vantagens que estas aves domesticadas pelos Humanos nos trazem no quotidiano.

  • Obtém-se fontes alternativas na alimentação para a família, através da carne e do ovo;
  • Utilizar os excrementos das galinhas, como fertilizante para a horta;
  • A carne de frango é recomendada na alimentação por conter taxas de calorias baixas, ideal para dietas;
  • O crescimento rápido das aves, permite um acelerado retorno do dinheiro gasto;
  • As Galinhas são aves fáceis de criar, cuidar, transportar e criam-se num curto espaço de tempo;
  • Com poucos custos é possível começar uma criação de galinhas familiar;
  • O ovo é o alimento mais completo na natureza, contem todos os aminoácidos, vitaminas e minerais (é no ovo que se forma um ser-vivo, o pinto);
  • A mão-de-obra familiar é o suficiente para manter a criação;
  • Sabe a origem da carne e dos ovos que está a comer;
  • Mantém o terreno limpo de ervas daninhas e outras pragas como insectos;
  • Comercializar o excedente, para colmatar os custos da criação;
  • Pode tornar-se um Hobbie familiar;
  • A relação das crianças com os animais ajuda a desenvolver habilidades sociais;
  • É considerado um dos melhores anti-stress.

Duas galinhas é o número suficiente para obter ovos frescos todos os dias para uma família de 4 pessoas;

Estas são algumas das muitas vantagens que estas aves domesticadas pelos humanos nos trazem no quotidiano.

Galinhas a comer os ovos?

A melhor forma de resolver um problema é primeiro saber a causa.

  • Uma das causas que provoca esse tipo de comportamento é défice de cálcio na alimentação. Recomenda-se adicionar suplementos de cálcio como por exemplo casca de ostra triturada e misturada com os cereais que lhes damos.
  • Por vezes as galinhas também comem os ovos porque adquiriram esse mau hábito. Devemos identificar qual ou quais as galinhas que tem esse comportamento e separar das restantes para não incutir esse tipo de comportamento no resto do bando.
  • Na tentativa de lhes retirar esse “vício” podemos colocar ovos falsos como por exemplo de madeira. As galinhas vão bicar e concluem que o ovo deixa de partir e perdem o hábito.
  • Por experiência própria, esvaziar um ovo fazendo um buraco e encher com picante ou mostarda também resulta, uma vez que o sabor é desagradável e acabam por perder o hábito.
  • Ainda assim existe uns óculos anti-bicagem que por sua vez torna-se infalível, tal como pode ser visto na imagem ao lado de uma das nossas galinhas Pedrês Portuguesa. Tivemos a experiência de que este método funcionou.

A importância dos ninhos.

Um número desproporcional de galinhas em relação ao ninho faz com que as galinhas ponham em qualquer lugar e causem momentos depois em que algumas das galinhas adotam o hábito de picar os ovos e comê-los. Tem que ter sempre um número de ninhos compatíveis com o número de galinhas existentes (aconselhável um ninho para 4 a 6 galinhas). Os ninhos são lugares que devem proporcionar momentos de privacidade bem como sossego às galinhas. Por isso, é melhor que sejam elevados a pelo menos 30 ou 40 centímetros do chão e que três das quatro paredes estejam fechadas para que as galinhas tenham o máximo de privacidade possível.

Origem da Galinha Pedrês Portuguesa

A Origem

No artigo infra, datado de 1936, fala-se de uma Galinha Pedrês Portuguesa. Uma galinha padronizada que de nada vai ao encontro do padrão da raça definido nos dias de hoje. Neste artigo fala-se de uma galinha de crista romanisca e de tarsos brancos, o que nesta época efetivamente existiu.

Nos anos 40, Portugal foi fustigado por uma epidemia, já lhe chamavam a gripe das galinhas (podemos encontrar noticiado na mesma Gazeta em 1942). Essa gripe invadiu o nosso território no início do século XX (1910 a 1920) noticiada também na Gazeta das Aldeias.  Há mesmo quem diga que essa epidemia foi introduzida pela indústria avícola. Foram então introduzidos alguns exemplares vindos de Espanha, Itália e França.


Depois da irradiação total das Raças Nacionais, o Estado Português comprou uma quantidade absurda de galinhas e distribuiu por algumas zonas do país, mas as zonas mais remotas foram esquecidas.
Em 1959 foi encomendado à Estação Avícola Nacional (hoje extinta) um levantamento do que poderia restar das nossas raças e foi nessa altura que o Dr. Manuel Vestias descobriu a origem das raças autóctones.
Aí pode ver-se a caracterização das nossas 4 raças como são hoje em dia. 

Na região minhota ainda havia sinalizadas mais duas raças, a rosa ou salmão ou vermelha, mais pequena do que a amarela, mas de reflexos totalmente avermelhado. A parda era uma outra raça e não era mais do que uma Pedrês com amarelo com pintas preto.  Estas infelizmente já não existem e se existem não estão sinalizadas.

Os padrões da Galinha Pedrês Portuguesa que AMIBA hoje define são baseadas em documentação e artigos científicos que constam da bibliografia nos arquivos do Ministério de Agricultura Portuguesa.
Limitam-se a comprovar e comparar com estudos de caracterização morfológica, fenótipo e estudos genéticos, aquilo que já estava determinado por entidades estatais (Estação Avícola Nacional (agora extinta) hoje a DGAV.

 

Galinhas em Modo Criação Biológico

Alguns alimentos que podemos ter ao dispor das nossas galinhas podem ser facilmente cultivados. Na horta em modo de criação biológica, podemos semear por exemplo: o milho, o girassol, os legumes, as plantas aromáticas e ainda assim de qualquer modo, deve-se deixar crescer as urtigas que também são benéficas. Podemos também ter possibilidade de obter cereais de uma quinta de produção biológica ou biodinâmica (em Portugal temos a Herdade do Carvalhoso).  Nós fazemos a nossa própria mistura para a alimentação das galinhas Pedrês Portuguesa com base no valor nutricional de cada um dos cereais e não só:

O trigo:

É o cereal que as galinhas preferem, mais pela sua consistência agradável do que pelo seu gosto. Tem o mais alto teor da albumina entre todos os cereais, mas a cevada ultrapassa-o em certos pontos. Administrado sozinho e em abundância provoca diarreias.

O milho:

É um excelente alimento para todas as aves de capoeira. A sua proporção na ração não deve contudo ser muito alta porque engorda.

A cevada:

Rica em aminoácidos essenciais, tem um efeito favorável sobre a postura, o tamanho dos ovos, a muda das penas e o corpo. Posta de molho na véspera em cinco vezes o seu volume de água, aquecida em lume brando durante quatro horas, a cevada inchada é um elemento precioso da ração “húmida” e é melhor assimilada sob esta forma. Podemos prepará-la para vários dias e guardá-la no frigorífico.

A aveia:

Tem um grande valor energético, mas as galinhas não a apreciam muito devido à sua película. Gostam mais dos flocos de aveia. A vitamina E, que contém em abundância, favorece a fertilidade, a fecundação e tem um efeito muito positivo da eclosão. Os pequenos flocos de aveia é um excelente alimento para os pintos.

Os cereais germinados:

Todos os cereais podem ser postos a germinar quando, no inverno, não é possível substituir as verduras por qualquer outro alimento com o mesmo valor. Até o centeio, que as galinhas desdenham habitualmente, agrada-lhes uma vez germinado. Um terço da ração habitual deve ser posto de molho durante 24 horas, depois espalhado, por exemplo numa cesta de vime para a fruta, a uma temperatura ambiente de 15º a 20º C, com humidade constante. Os gérmens, que têm 1 a 2 cm, depois de 4 a 5 dias, estão prontos para serem servidos de banquete às galinhas. Para um fornecimento constante de cereais germinados, são necessários 5 a 6 cestas a fim de se fazerem semeadoras escalonadas. Os cereais germinados rentabilizam o custo na alimentação uma vez que o seu volume e valor nutricional aumentam consideravelmente.

O farelo de trigo:

O farelo de trigo contém a película, o gérmen e a camada de glúten, e é um alimento precioso da ração “húmida”.

As sementes de linho:

As sementes de linho não têm apenas um efeito favorável sobre as penas durante a muda, mas também em casos de dificuldade digestiva.

Grande fonte de ácidos graxos polinsaturados ómega 3 (75%) e ómega 6 (25%).

Enzimas digestivas. Estes ajudam a digestão e promovem o trânsito intestinal.

Vitamina E e vitaminas do complexo B.

Minerais: iodo, ferro, zinco, magnésio, cálcio, potássio, manganês, silício, cobre, níquel, crómio e fósforo, entre outros.

As sementes de girassol:

As sementes de girassol têm o mesmo efeito durante  muda. Constituem, de qualquer modo, um bom alimento, sobretudo quando podem ser cultivados na nossa horta. Permite baixar o preço da alimentação.

Casca de ostra: 

O Cálcio de Ostras é fonte de Vitamina D.

O Cálcio de Ostras é um suplemento mineral, fonte de cálcio biodisponível, zinco e magnésio, que desempenham um papel importante no desenvolvimento e manutenção dos ossos e tecidos calcificados, dentre outras funções no organismo da galinha bem como na formação da casca dos ovos. A Vitamina D é essencial para que ocorra a absorção de cálcio, sendo que o próprio organismo a produz perante a exposição solar.

Farinha de soja:

Rica em aminoácidos e proteínas, a soja possui: fósforo, potássio, ferro, zinco, cálcio e vitaminas B e E. Além disso, possui isoflavonas, substâncias que se assemelham a hormonios, muito bom para o crescimento e composição estrutural das galinhas.

Os legumes:

As folhas de beterraba vermelha são os mais apreciados de todos os legumes do quintal, mas os restos das acelgas, da alface, do espinafre e de todas as espécies de couves, são também bem-vindos, pois variam a ementa. No inverno as cenouras e as beterrabas muitas vitaminas e podem substituir o gérmen dos cereais que exigem mais trabalho. Além de, caso do alho e a cebola, actuarem contra os parasitas internos. Quem tem jardins com relva pode oferecer a relva cortada pois também é nutritivo sobretudo quando composta de trevo.

A urtiga:

A urtiga tem um lugar especial entre todos os alimentos, por causa da sua riqueza em sais minerais e em oligoelementos.

Não deve faltar na pasta durante o inverno. Corta-se exactamente antes da floração, retiram-se os caules, seca-se à sombra, mete-se em sacos arejados e dá-se reduzida a migalhas. Os rebentos jovens de urtiga, picados muito fino, são um alimento excelente par os pintos.

Para terminar, é preciso colocar sempre à disposição água fresca e limpa em quantidade suficiente nos bebedouros para que nunca falte sobretudo nos dias quentes de verão.